sábado, 6 de fevereiro de 2010

HISTÓRIA DO SURGIMENTO DE PORTUGAL

Ao final do século V, a província da Hispânia ( Atual Península Ibérica) que era até então parte integrante do Império Romano do ocidente, já estava sob o domínio de povos bárbaros germânicos especialmente os Vesígoros, que ali instalados acabaram por fundar seu próprio reino, que resultou convertido ao cristianismo ( Reino Visigótico Cristão).
No início do século VIII ( 711), houve a invasão da Península Ibérica pelos Árabes/Muçulmanos/Islamitas/Sarracenos/Mouros, o que resultou na destruição do Reino Visigótico Cristão.
Os cristãos se refugiaram ao norte da Península , na região das Astúrias ( um lugar montanhoso de dificil acesso), de onde teria origem a luta pela expulsão dos Árabes, a Guerra de Reconquista. Guerra de caráter cruzadístico (cristãos x islamismo). Durou do século VIII até 1492 (século XV), ou seja , 8 séculos de guerra, tendo como maior consequência a formação dos reinos de Portugal e Espanha.
Durante a Reconquista Cristã, Afonso VI, rei de Castela e Leão, foi ajudado por cruzados franceses, entre os quais D. Henrique. Por essa ajuda de D. Henrique, Afonso VI recompensou-o dando-lhe duas coisas, o Condado Portucalense e a sua filha D. Teresa. Desde aí o Condado Portucalense começou a ser governado por D. Henrique, agora já casado com D. Teresa. Este novo senhor do Condado Portucalense desejou e quis que este condado tivesse a sua própria independência mas não o conseguiu fazer, morrendo em 1114. Daí para a frente o Condado foi governado não pelo filho do D. Henrique, D. Afonso Henriques, porque este era muito novo, mas pela mãe dele, D. Teresa. Os nobres a partir daí convenceram D. Afonso Henriques a tomar o poder do Condado pela força. Para o conseguir teve que lutar contra a sua própria mãe e conseguiu derrotá-la na batalha de S. Mamede, perto da cidade, que é hoje, Guimarães, em 1128. Mais tarde, D. Afonso Henriques para fazer do Condado Portucalense um reino independente entrou em guerra com os reinos de Castela e de Leão, governados por Afonso VII. Só no ano de 1143, com a assinatura do Contrato de Zamora, é que Afonso VII aceitou a independência do Condado Portucalense, que passou a ser chamado por o reino de Portugal, e reconheceu que o rei era D. Afonso Henriques. Posto isto acho que já sabem quem foi o primeiro rei de Portugal. Foi D. Afonso Henriques que prosseguiu para a reconquista aos Mouros, conquistando Santarém e Lisboa, no ano 1147. Em 1185 quando D. Afonso Henriques morreu, já tinham sido conquistadas terras a sul do Tejo. Com alguns avanços e recuos, os seus descendentes acabaram por conquistar o território aos Muçulmanos, até ao Algarve, em 1249, no reinado de D. Afonso II. Portugal desde a sua origem até a proclamação da república em 1910 foi governada por três dinastias; a de Borgonha, de Avis e de Bragança.

-Dinastia de Borgonha: Durou de 1139 até 1383 e nesse período o condado expandiu o território até o sul da Península Ibérica em terras tomadas dos mouros. Estado de caráter semi-feudal, ou seja, existia já um relativo fortalecimento do poder Real, mas por outro lado, ainda era extremamente forte a nobreza feudal (agraria). Estava ainda se consolidando a formação de Portugal, por meio da expansão territorial e agrícola, em meio ainda a guerra de Reconquista. Existia um processo gradual de formação e fortalecimento de uma poderosa e influente burguesia, derivado do fato de que portugal, durante o processo de renascimento comercial e urbano, ter-se tornado um importante entreposto comercial, um elo que ligava as rotas comerciais do norte ao mediterrâneo, pois pelo caminho terrestre, estava comprometidas a peste, revoltas camponesas, agitação social e insegurança nas estradas. Quando D. Fernando morreu (1367-1383) o ultimo rei da Dinastia Borgonha, o trono português passou para sua filha que era casada com o rei de Castela e a união dos reinos parecia decidida. Foi quando a burguesia desejosa em ter um rei mais atuante e presente, alida ao povo e parte da nobreza, expulsou estes governantes de Portugal e aclamou rei ao irmão bastardo de D. Fernando, o Mestre de Avis, que subiu ao trono como D. João I dando início a uma nova Dinastia: a de Avis.

Dinastia de Avis: Aliança entre burguesia com o novo rei, que favoreceu as condições políticas favoráveis para a expansão comercial e marítima de Portugal no século XV. Estas condições eram: centralização política, acumulação prévia de capitais, grupo mercantil forte aos interesses reais, desenvolvimento náutico.O desenvolvimento da atividade comercial tornou-se Portugal uma empresa do estado monárquico absolutista escondendo os interesses burgueses sob uma bandeira: a missão de levar fé aos infiéis. O último rei desta Dinastia foi D. Sebastião que morreu e o trono foi ocupado pelo seu tio cardeal D. Henrique que morreu sem deixar herdeiros. O parente mais próximo era o todo poderoso rei da Espanha Felipe II que incorporou Portugal e suas colônias (ex.: Brasil) aos seus domínios. Foi o período da União Ibérica (1580-1640) que teve as seguintes consequencias para o Brasil:
-> Penetração pelo interior, pois o Tratado de Tordesilhas foi suspenso, favorecendo a expansão da pecuária;
-> Favoreceu ao bandeirismo, o desejo de explorar o território brasileiro, buscar metais preciosos, existia as entradas e bandeiras, entradas sendo iniciativa do governo de cunho oficial, respeitando os limites territoriais impostos no tratado de tordesilhas. O bandeirante era de iniciativa particular ( senhores de engenho, donos de minas, comerciantes), não respeitava os limites, e com a suspensão do tratado, eles puderam avançar o limite tranquilamente, sendo responsaveis pela expansao do territorio brasileiro.
-> A Holanda, inimiga da Espanha, descreta Portugal como inimigo também, com Portugal fragilizado sendo o inimigo mais fraco da Holanda, a Holanda apodera-se de colônias portuguesas.
A união Ibérica só terminou quando o duque de Bragança foi aclamado rei, aclamado como D. João IV patrocinado pela nobreza.

-Dinastia de Bragança: A dinastia de Bragança assiste ao fim do apogeu de Portugal e o inicio da decadência do seu império. Para obter apoio de outras nações quando da separação da Espanha, Portugal deu como garantia o seu comercio com as colônias portuguesas. A descoberta do ouro em MG, MT, GO a partir de 1700 prolonga a prosperidade portuguesa por mais algum tempo. Enquanto isto a Inglaterra realizava a sua Revolução Industrial tornando-se em breve o novo centro do capitalismo mundial. Portugal fica sendo apenas o intermediário do comercio entre suas colônias de onde trazia os produtos primários e da Inglaterra que fornecia os produtos manufaturados. Desta forma o ouro brasileiro foi parar na Inglaterra. Foram também reis da dinastia de Bragança que virão para o Brasil quando das invasões napoleônicas em Portugal (D.João VI em 1808) e que farão a independência política do Brasil em 1822 com D.Pedro.

FATORES PARA O PIONEIRISMO PORTUGUÊS NA EXPANSAO COMERCIAL E MARITIMA:

-> Precoce centralização política: Um governo centralizado, forte e aliado a burguesia. E com a centralização politica, consequentemente era adotado o mercantilismo que visava as navegações marítimas em busca de mercado consumidor já que a Europa estava com seu mercado consumidor já explorado e os paises europeus colocando restrições as importações com altos impostos , afim de consegui o superávit, isso gerou a necessidade de buscar novos mercados consumidores.
-> Localização Geográfica: Na porta de saída do mae Mediterrâneo para o Atlântico, Portugal foi ponto obrigatório de passagem das embarcações, dando a oportunidade a Portugal de integrar-se as atividades mercantis. Já que a rota terrestre agora estava perigosa devido a guerra dos cem anos, e pestes. Outro fator para a necessidade de procurar novas rotas, foi a invasão dos Otomanos a Constantinopla e fecharam o mar Mediterrâneo oriental a penetração européia.
-> A Dinastia de Avís: Agora rei, através da revolução que foi conquistada a coroa pelas armas, o mestre de Avís, Dom João I, apoiado pela pequena nobreza, comerciantes, camponeses. Todos tendo um interesse em comum: a expansão comercial e marítima.
-> Escola de Sagres: Centro de estudos náuticos, buscando o aperfeiçoamento das técnicas de navegação.
-> Tecnologia marítima portuguesa: Os especialistas de Sgres aperfeiçoaram instrumentos de navegação, como a bússola, o astrolábio, o quadrante, a balestilha e o sextante. Desenvolvendo a cartografia e os primeiros a calcular com precisão a circunferência da Terra em léguas, numa época em que poucos acreditavam que o planeta fosse redondo.
-> Caravela Latina: Em Sagres nasce a caravela latina, preparada para enfrentar mar alto, tempo ruim e ágil para navegar com ventos contrários. Sendo embarcação exclusiva dos portugueses.

2 comentários:

  1. Muito bom o texto, rico e de fácil compreensão. Me auxiliou no conteúdo de estudo para a prova da EsSA 2017,
    Obrigado.

    ResponderExcluir
  2. bom texto e com informações corretas.
    obrigado
    att.tiago

    ResponderExcluir